quinta-feira, 25 de outubro de 2012

VICIOS E PAIXÕES


Os vícios e as paixões, limites para liberdade

Deparando-se com a realidade que está inserido, o homem encontra desafios significantes no exercício de sua liberdade, ele é submergido em obstáculos provenientes de seu interior e por aqueles provenientes da realidade social em que vive.

Conhecendo a verdade, guiado pela vontade, e livre para escolher, ele é constantemente seduzido a abandonar seus primeiros desejos, aqueles que nascem na alma, provenientes de Deus. É da alma que os verdadeiros e salutares desejos emanam, e, é por isso que é ela a primeira a ser corrompida, o que culminará na escravidão de sua vontade, que não mais obedecerá a força da verdade e sim aos desejos e apetites desregrados.  

Dominado por esses desejos, que no início surgiram como hábitos, pequenos desejos, que logo em seguida tornaram-se necessidades, isto é, necessidades incontroláveis, vícios, procurando a todo custo saciá-los.

O amor, sentimento belo e precioso que brota do coração apaixonado, envolvendo e transformando o homem, também é corrompido pelos vícios. Dominado, o coração não é mais impulsionado pela alegria de um sentimento, mas sim pelo desejo de debruçar-se sobre seus apetites mais íntimos.

O prazer pessoal ganha o lugar central em sua vida, não dando espaço para a alegria comum e verdadeira. O jogo a bebida são exemplos de vícios que o dominam não deixando espaço para uma realização completa que transforma e liberta.

A alma passa a não mais desejar e buscar os bens eternos, mas sim aqueles que são temporários e passageiros, que logo passam como a fumaça, deixando em seu ser o vazio, o fazendo continuar buscando a satisfação cada vez mais em objetos e circunstâncias desmedidas. 

Diante das paixões humanas, a mente exerce um importante papel, é ela capaz de dominá-las, de desvendar a verdade de seus resultados, exercendo com justiça o papel de esclarecer e iluminar o homem, tirando-o das trevas, mostrando-lhe a luz, uma luz capaz de revelar e indicar o reto caminho. “[...] A mente dotada de virtude não poderia de modo algum ser um ser injusto. Tampouco, ainda que esse tivesse esse poder, ele não forçaria a mente a submeter-se às paixões”. (AGOSTINHO, 1995, p. 51). A mente por ser justa não se torna cúmplice das paixões, provando assim que não há nenhuma outra realidade que torne o homem escravo a não ser a sua própria vontade livre, sua escolha livre.

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