Teologia e filosofia – a síntese agostiniana.
Analisando o pensamento agostiniano, percebemos em seus escritos, que ele
sintetizou os componentes da filosofia Patrística - um fundamento racional para
a fé cristã. A síntese que realizou, ele mesmo denominou de filosofia cristã.
Para
Agostinho, a fé e a razão complementam-se na busca da felicidade e da
beatitude. Para ele, essas não são alcançadas pelo procedimento intelectual,
mas por ato de intuição e fé. Mas a
razão se relaciona com a fé no sentido de provar a sua correção. Ou seja, a fé é precedida por certo trabalho
da razão e, após obtê-la, a razão a sedimenta.
A razão relaciona-se, portanto, duplamente com a fé. É
necessário compreender para crer, e crer para compreender, “Seja-nos, pois,
Deus propício e faça-nos chegar a entender aquilo em que cremos em que
acreditamos. Estamos, assim, bem certos de estar seguindo o caminho traçado
pelo profeta que diz:” Se não acreditardes não entendereis“10.(AGOSTINHO,
1995. p. 28) A razão e a fé nesse caso,
se relacionam perfeitamente auxiliando o homem na busca de uma crença racional e de uma compreensão
espiritual.
Desse
modo, percebemos que, para Agostinho, a filosofia é apenas um instrumento que
transcende seus próprios limites: a Teologia e a Mística.“Agora, porém, a
respeito dessas verdades confiadas a nossa fé, esforçamo-nos de ter igualmente
um conhecimento pela razão, mantendo-as com certeza plena”. (AGOSTINHO, 1995.
p. 31). Apesar disso, este pensador é considerado um grande filósofo pela análise filosófica que realizou sobre a concepção do
mundo, do homem, do tempo e de Deus, ao longo de sua trajetória.
O primeiro problema filosófico, focalizado
por Agostinho, logo após a conversão (momento em que se encontra com o Bispo
Ambrósio e mergulha nos escritos paulinos, foi o dos fundamentos do
conhecimento, sob dois aspectos: se conhecemos a verdade (crítica ao
cepticismo) e como a conhecemos (Teoria da iluminação). Essa busca se dá, devido
a teoria corrente na época de que não é possível encontrar um critério de
evidência absoluta e indiscutível, causado pela variabilidade dos sentidos.
Agostinho tratou desse problema no diálogo Contra os Acadêmicos III. O erro para
ele provém dos juízos que se fazem sobre as sensações e não delas
próprias. A sensação enquanto tal jamais
é falsa. Posteriormente, na Cidade de Deus, Agostinho levou tal
argumentação às últimas conseqüências antecipando a reflexão cartesiana,
formulada doze séculos depois: “Se penso, logo existo”. Com isso, atingia a certeza da própria
existência, dando uma resposta contra o cepticismo, demonstrando ser possível
ao homem conhecer algumas verdades entre elas que existe.
[...]
Tais verdades desafiam os argumentos dos acadêmicos, que dizem: Quê? E se te
enganas? Pois, se me engano, existo. Quem não existe não pode enganar-se; por
isso, existo. Logo, se existo, se me engano, como me engano, crendo que existo,
quando é certo que existo, se me engano? Embora me engane, sou eu que me engano
e, portanto, no que conheço que existo não me engano. Segue-se também que, no
que conheço que me conheço, não me engano. Como conheço que existo, assim
conheço que conheço. E quando amo essas duas coisas, acrescento-lhes o próprio
amor, algo que não é de menor valia. Porque não me engano quanto ao fato de
amar, não me engano no que amo, pois, embora o objeto fosse falso, seria
verdadeiro que eu amava coisas falsas. Que razão haveria para repreender-me e
proibir-me amar coisas falsas, se fosse falso que amo tais coisas? Sendo certas
e verdadeiras, quem duvida que, quando são amadas, tal amor é verdadeiro e
certo? Tanto é verdade, que não há ninguém que não queira existir como não há
ninguém que não queira ser feliz. E como pode ser feliz, se não existe?
(AGOSTINHO, 2001, p. 47).
Essa primeira verdade, isto é, que existo, permiti a
revelação da própria essência do ser humano, ou seja, o homem seria, sobretudo
um ser pensante e seu pensamento não se confundiria com a materialidade do
corpo, nota-se neste pensamento a influência platônica em sua filosofia.
Essa
concepção do homem provinha de Platão, para o qual o homem é definido como uma
alma que se serve de um corpo (o corpo é o cárcere da alma). Agostinho mantém esse conceito com todas as
conseqüências lógicas que ele comporta, no livro VII, cap. 10-12, das
confissões.
Desse modo, o verdadeiro conhecimento não seria a
apreensão de objetos exteriores ao sujeito, devido a sua variabilidade, e sim,
a descoberta de regras imutáveis, como o princípio ético segundo o qual é
necessário fazer o bem e evitar o mal. Este conhecimento se refere a realidades não sensíveis cujo caráter
fundamental seria a necessidade, pois são o que são e não podiam ser
diferentes.
Da necessidade do conhecimento decorreria a sua
imutabilidade e, desta, a sua eternidade. Porém, essa conclusão revela três
tipos de conhecimento, isto é, três operações: um limitado aos sentidos e
referente a objetos exteriores ou suas imagens, “Compreendes, pois, igualmente
que cada sentido tem certos objetos próprios sobre os quais nos informam, e
alguns dentre eles percebem objetos de modo comum?”. (AGOSTINHO, 1995. p. 83).
Este, no entanto, está sujeito as sensações, dependendo delas para conhecer as
realidades ao seu redor.
O segundo refere-se ao sentido comum,
interior ou razão inferior, que percebe os sentidos externos como os seus
objetos, que por sua vez percebe o mundo exterior e suas manifestações, isto é,
tal qual se apresenta.
Por último, o sentido que
constitui a verdade, ou seja, aquilo que devemos aceitar como verdade, é a razão ou
razão superior, que conhece os sentidos exteriores, as cinco operações dos
sentidos, como também seus objetos e o sentido interior. Este conhecimento vai
além dos dois primeiros, podendo conhecer-se e chegar à ciência.
Chegando a essa etapa percebemos que o
conhecimento para Agostinho só é possível pela razão e uma razão iluminada pela
fé, sem esta não é possível conhecer. Essa verificação permite a indagação se o
próprio homem é a fonte dos conhecimentos perfeitos. Sendo o homem tão mutável quanto às coisas
dadas à percepção, ele se inclina reverente diante da verdade que o
domina. Assim, só haveria uma resposta
possível: a aceitação de que alguma coisa transcende a alma individual e dá
fundamento à verdade, Deus, pois Ele é a Verdade, todas as outras manifestações
de verdade participam
d’ele.
No
entanto, para explicar como é possível receber de Deus o conhecimento das
verdades eternas, Agostinho elabora a doutrina da iluminação divina (auxilio divino,
luz). Entender algo inteligivelmente
equivaleria a extrair da alma sua própria inteligibilidade e nada se poderia
conhecer intelectualmente que já não se possuísse antes, de modo infuso.
A
finalidade de Agostinho é de explicar o fato de possuirmos no interior da mente
a mesma verdade eterna pela qual a inteligência tem o poder de tomar
consciência pessoal dessa verdade, que não é construída a partir das
experiências humanas, já que esse conhecimento provém da alma, isto é, ela
utiliza-se do corpo para chegar a conhecer, já que é incorpórea.
Este conhecer aqui apresentado não é um mero ato dos
sentidos ou da razão, e sim um conhecimento absoluto capaz de afastar todas as
dúvidas. Como exemplo podemos citar a justiça, pois mesmo que tomemos consciência
do seu significado habitual, só podemos ter o acesso ao seu significado pleno
pelo auxílio da iluminação divina.
Agostinho
tenta responder a Evódio como isso se dá: “Deus há de me conceder, como o
espero que consiga te responder. Ou melhor, de conceder que tu mesmo te
respondas, instruindo-te interiormente, por aquela Verdade – Mestra soberana e
universal ”(1995. p. 76). Para o pensador, só por meio deste trajeto
introspectivo é possível desvelar as verdades que se nos apresentam.
Percebemos
que a semelhança nesse ponto entre Platão e Agostinho, só é desfeita ao
compreender Agostinho que a percepção do inteligível na alma, isto é, das
verdades, não se dá como uma descoberta de um conteúdo passado, mas como
irradiação divina no presente, não como na teoria platônica da reminiscência
que esse processo se dá com a recordação das experiências passadas, isto é, em
outras vidas. Agostinho envereda por outro caminho por crer na preexistência da
alma. A luz eterna da razão que procede de Deus atua a todo o momento,
possibilitando o conhecimento das verdades eternas11.
Contudo, a iluminação divina, não dispensa o homem de ter
um intelecto próprio. Ela teria a função
de tornar o intelecto capaz de pensar corretamente em virtude de uma ordem
natural estabelecida pelo Criador de quem procede todo bem e toda força para
fazê-lo.
No conhecimento das verdades eternas, a própria luz não é
vista, mas serve apenas para iluminar as idéias. Um outro tipo de conhecimento seria aquele no
qual o homem contempla a luz divina, olhando o próprio “sol”: a experiência
mística. Não é apenas contemplar, mas pela fé conhecer e conhecendo crer.
Nesse
caso, a experiência mística revelaria ao homem a existência do Divino e o
levaria à descoberta dos conhecimentos necessários, eternos e imutáveis
existentes na alma. O Criador, assim encontrado, é ao mesmo tempo uma realidade
imanente e transcendente ao pensamento. Mas, por outro lado, a natureza divina
escaparia ao alcance do homem, sendo inefável e mais fácil dizer o que Ele não
é do que tentar defini-lo (via negativa de Deus - pensamento dos capadócios).
Agostinho
concebe a unidade divina não como vazia e inerte (como defendia Parmênides de
Eléia, Séc. V a. C), mas como plena viva e guardando dentro de si a
multiplicidade. Deus compreende três aspectos: Pai, Filho e
Espírito Santo. O Pai é a essência
divina em sua insondável profundidade; o Filho é o verbo, logos, a razão ou a
verdade, através da qual Deus se manifesta; o Espírito Santo é o amor, mediante
o qual Deus dá nascimento a todos os seres12.
A partir dessa
concepção de Deus, Agostinho constrói a doutrina metafísica do bem e do mal13, revelando mais uma vez sua
dependência filosófica em relação ao neoplatonismo de Plotino, que em sua
opinião o mal tinha sua origem na liberdade humana, (3ª Enéades II e III, e na
4ª, II, 26)14.
Tudo
aquilo que é, é necessariamente bom, pois a idéia de bem está implícita na
idéia de ser. Deus, portanto, não é
origem nem a causa do mal, da mesma forma que a matéria também não poderia produzi-lo,
pois ela é criatura de Deus.
A
natureza do mal deve ser encontrada, portanto, no conceito absolutamente
contrário ao conceito de Deus como ser, ou seja, no não-ser. O mal fica, assim,
destituído de toda a substancialidade.
Ele seria apenas privação do bem. Não existem, como queriam os
maniqueus, dois princípios poderosos a reger o mundo, mas tão somente um: Deus,
infinitamente bom, de quem procede tudo que existe.
Deus é a bondade absoluta e o homem é o réprobo miserável
condenado à danação eterna e só recuperável mediante a graça divina; Eis o
cerne da antropologia agostiniana. Tudo no universo depende de Deus e de sua
graça, portanto, tudo é fruto da graça.
Voltada para a matéria, a alma se
acaba pelo contato com o sensível, dando a ele sua substância, esvaindo-se no
não-ser e considerando-se a si mesma como um corpo, ficando assim passível as
interferências sensitivas.
No
estado de decadência em que se encontra a alma não pode se salvar por suas
próprias forças. A queda do homem é de
inteira responsabilidade do livre arbítrio humano, mas este não é suficiente
para fazê-lo retornar às origens divinas. Tal poder é privilégio de Deus. Do
homem depende apenas o querer, ou seja, dele parte somente a decisão de querer
sair do estado em que se encontra, porém a força para superar tal situação vem
de Deus como graça.
Assim, chega-se à doutrina
agostiniana da predestinação e da graça, intensamente combatida pelo monge
Pelágio15 e os seus seguidores, na qual nem
todos os homens recebem a graça das mãos de Deus. Apenas alguns eleitos que estão, portanto,
predestinados à salvação. Nega-se o pecado original e conseqüentemente a
necessidade da Redenção por meio de Jesus Cristo. Como também o auxílio da
graça, assunto que vamos nos aprofundar mais tarde no terceiro capítulo do
nosso trabalho.
Durante a Idade Média, e mesmo depois,
não serão poucas as marcas dessa filosofia agostiniana na Igreja Católica.
Inclusive, no surgimento de novas ordens religiosas, o embate entre, por
exemplo, corpo e alma, seguem de maneira constante. Para isso, basta que se
tenha acesso à hagiografia e à devida contextualização.
A idéia de culpa, sem dúvida, também
está implícita, um exemplo disto é a obra Confissões
(399/400), que retrata os caminhos percorridos por Agostinho, durante sua
vida antes da conversão, começando com seus primeiros atos na infância até o
encontro com os escritos paulinos, com o bispo Ambrósio, fato que influencia na
sua conversão. No final da obra ele faz uma especulação acerca da criação e
todo o seu processo.
Ninguém se confessa caso não se sinta culpado
com relação a algo, pois é de arrependimento que se trata esta obra, sabendo
que, sobra ao homem pecador confessar senão as suas fraquezas. Agostinho quer,
como cristão, abrir a outros o caminho que trilhou para a conversão. No fundo,
Confissões é um incentivo àqueles que se sentem perdidos e confusos.
O filho de Mônica vem trazer o apoio
da graça divina ao espírito perturbado. Quis dividir sua experiência com todos
os que tivessem acesso à sua obra, do contrário não a teria escrito. Por outro
lado, quis também revelar a infinita misericórdia daquele que o salvou, assim
entendia a graça divina, “salvadora”. É o “amém”, o obrigado, de Agostinho
dirigido ao Criador, que lhe reconhecera nas profundezas de seu espírito e a
ele desvelara os segredos mais recônditos e insondáveis de sua consciência,
para que assim pudesse manifestar com suas palavras a verdade de seus
sentimentos.
Se outro título tivesse
essa obra, poderia ser testemunho, pois que não é outra coisa senão isso, um
testemunho dirigido aos homens de sua época e aqueles que o sucedeu. E também
aí, cumpre-se o lado de apóstolo do Evangelho, em recorte Paulino e, portanto,
com marcas gregas e claramente platônicas. Em Paulo, Agostinho encontra o valor
da humildade cristã como caminho para encontrar a verdade até então obscura,
isto é, o “O Verbo” feito carne que habitou em nosso meio16.
Sobre o Imutável que a
tudo move, lança nisso uma lembrança daquele teor aristotélico do “Ato Puro”,
do “motor imóvel”, que movimenta todas as coisas sem ser movido por ninguém,
“Aristóteles”. Agostinho teve conhecimento da obra de Aristóteles, “As
Categorias”, em 374, ou seja, na mesma época que leu o Hortensius, quando fazia
o curso especial de eloqüência, em Cartago, através de uma leitura pessoal17.
Nas Confissões, Agostinho não somente expõe seus variados conhecimentos
filosóficos e teológicos, claro que submetendo os primeiros ao serviço da fé,
como também vai revelando, aos poucos, os caminhos que percorreu para chegar a
ser o que foi.
Neste viés, foi bastante
singular e autêntico, porque é da sua experiência que fala, não relata a
história de alguém, é dele mesmo que fala. Agostinho
permanece uma figura central tanto no cristianismo como na história do pensamento
ocidental. Sendo influenciado pelo neoplatonismo, particularmente por Plotino.
Agostinho
foi importante para o batismo do pensamento grego e sua entrada na tradição
cristã, e posteriormente na tradição intelectual européia. Também importantes
foram seus adiantados escritos influenciadores sobre a vontade humana, um
tópico central na ética, que veio a se tornar um
foco para filósofos posteriores, como Schopenhauer
(1788-1860) e Nietzsche (1844-1900).
É
largamente devido à influência de Agostinho que o cristianismo ocidental
concorda com a doutrina do pecado original, e a Igreja Católica Romana
sustenta que batismo e ordenações feitos fora dela podem ser válidos (a Igreja
Católica Romana reconhece ordenações feitas na Igreja Ortodoxa Oriental e
Ocidental, mas não nas igrejas protestantes, e reconhece batismos de quase
todas as igrejas cristãs)18.
Os teólogos católicos geralmente
concordam com a crença de Agostinho de que Deus existe fora do tempo e no
"presente eterno". O tempo só existe dentro do universo criado, sendo
ele criatura, para tanto, Agostinho dedica o livro XI das Confissões, onde
especula a cerca de sua origem, manifestação e seu fim como criatura de Deus.
São Tomás de Aquino seguiu os passos de
Agostinho para criar sua própria síntese do pensamento grego-cristão (Aristóteles). Dois teólogos posteriores
que admitiram influência especial de Agostinho foram João Calvino (1509/1564)19, que tinha a mesma concepção de graça
apresentada por Agostinho, e Cornelius Jansen.
O calvinismo se desenvolveu como parte da teologia
da Reforma,
enquanto que o Jansenismo20 foi um movimento dentro da Igreja
Católica; alguns jansenistas entraram em divisão e formaram suas próprias
igrejas.
De todas as faculdades humanas, a mais importante é a
vontade, pois sendo essencialmente criadora e livre, possibilita ao homem
aproximar-se ou afastar-se do Criador.
Reside aqui a essência do pecado moral.
O pecado é segundo Agostinho, uma transgressão da lei
divina, na medida em que a alma foi criada para reger o corpo, e o homem,
fazendo mau uso do livre arbítrio, inverte essa relação, subordinando a alma ao
corpo e caindo na concupiscência e na ignorância, afastando-se assim do
Criador. Trataremos desta temática a partir do segundo capítulo, onde
percorreremos o caminho traçado por Agostinho desde a origem da liberdade
humana, suas quedas e seu remédio restaurador.
Até aqui, percorremos os pontos fundamentais de seu
pensamento, com o intuito de compreender a importância do conhecimento
fornecido por meio dos atos humanos que são iluminados por Deus. Desse modo,
percebemos a importância do desejo e da vontade em tal percurso. Pois é deles
que brota a ação com o intuito de satisfazer os impulsos do coração.
Nesta busca, o homem pode optar com
liberdade por dois caminhos: um que conduz aos vícios e as paixões e outro que
o conduz as virtudes. Os dois caminhos podem ser traçados por ele. No entanto,
cabe a ele escolher aquele que lhe torna feliz.
10 Isaías, 7, 9. Cf: Bíblia Sagrada.
Traduzida pelos monges de Meredsons - Bélgica. 29. ed. São Paulo. Ave Maria.
2001. p. 948.
11 Designam na filosofia escolástica,
princípios que constituem as leis absolutas dos seres e da razão, emanadas da
vontade divina e que o homem pode descobrir pelo pensamento. São proposições da
razão, não de fato. Referem-se não a existência ou inexistência deste ou
daquele ser, más a vinculação necessária das idéias. Cf: JAPIASSÚ,
Hilton; MARCONDES, Danilo.
Dicionário Básico de
filosofia. 3. ed. Rio de Janeiro. Jorge Zahar. 1996. p. 269.
12
Cf:
AGOSTINHO, Santo. Confissões. 16. ed. Tradução de: Maria Luiza Jardim Amarante.
São Paulo. Paulus. 2003. p. 402-405.
13
Nessa visão centrada em Deus, as
respostas se deram em dois níveis: no maniqueísmo – o mal forma o principio
ontológico em si mesmo ou é uma força cósmica presente na natureza (substância)
coeterna com Deus (também substancia), princípio do bem, procurando-se, com
isso, preservar a vontade de Deus. Temos aqui uma explicação de ordem
ontológico-cosmológico-materialista, cuja preocupação central é responder à
questão: “Unde malum? – De onde vem o mal? No neoplatonismo /cristianismo – o
mal não forma uma substância; pelo contrário, ele é destituído de substância, é
ausência ou defecção do ser. Nesse caso, o mal é não-ser, que é falta ou
distanciamento do bem e não tem consistência ontológica, salvando-se, também, a
bondade de toda a natureza crida por Deus. Temos aqui uma explicação de ordem
ontológico-estético-filosófico-natural, cuja a preocupação é responder à
pergunta:“Quid sit malum? – Que é o mal?. Cf: COSTA, Marcos Roberto Nunes. O
problema do Mal na polêmica antimaniquéia de Santo Agostinho. 1. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2002.
Coleção Filosofia. p. 18-19
14 Cf: ULLMANN, Reinaldo Aloysio.
Plotino: Um estudo das Enéadas. Porto Alegre: Edipucrs, 2002.
15
Nascido na Britânia por volta de
354 e batizado em Roma por volta de 380-384, onde viveu por muito tempo, e foi
uma das vozes mais escutadas de seu tempo. Cf: Dicionário Patrístico e de
Antiguidades Cristãs. Tradução de: Cristina Andrade. Petrópolis, (RJ): Vozes.
2002. p. 1131.
16 Cf: AGOSTINHO, Santo. Confissões. 16.
ed. Tradução de: Maria Luiza Jardim Amarante. São Paulo. Paulus. 2003, p. 196-198.
17 Cf: AGOSTINHO, Santo. Confissões. 16.
ed. Tradução de: Maria Luiza Jardim Amarante. São Paulo. Paulus. 2003, p. 106-109.
18 Cf: CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA.
Edição revisada de acordo com o texto oficial em latim.
São Paulo: Loyola, 2004. p. 241.
19
Cf: JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário
Básico de filosofia. 3. ed. Rio de Janeiro. Jorge Zahar. 1996. p. 36.
20 Doutrina
teológica e filosófica baseada no Agustinianismo. Fundador Cornélio Jansênio
(1585/1638), que negava o Livre-arbítrio e afirmava que a graça é um privilégio
inato concebido apoucas pessoas. Cf: JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário
Básico de filosofia. 3. ed. Rio de Janeiro. Jorge Zahar. 1996. p. 150.
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